- 12 de Abril de 2019
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A conexão te desconecta?
Por aqui, nós achamos a tecnologia sensacional e, nem de longe, quereremos demonizar ou vilanizá-la. Este é apenas um convite sincero a refletir: será que quando me conecto com o outro através de minha telinha, eu me desconecto de quem, de fato, está próximo e conectado a mim?
A conexão nos permite descobrir o mundo.
Nos permite estar, em dois segundos, do outro lado do planeta, vendo a florada de sakuras. Ou então, descobrindo aquela deliciosa receita indiana. Ou observando a vista do Cristo Redentor. Com um único clique, podemos aprender sobre qualquer coisa. Parece mágica, mas, é só tecnologia.
Mas, por que há a ideia de que isso afasta as pessoas?
Cena comum no dia a dia, estando no trabalho ou em um barzinho, alguém da roda pega o celular, vê seu feed de alguma rede social ou responde um Whatsapp.
“ É importante, gente! ” – A justificativa vem instantaneamente, está na ponta da língua!
Será? Será que checar essa notificação é, de fato, mais importante do que o que está sendo dito por alguém ali naquele momento? Será que o feed é, realmente, tão mais interessante do que o que está acontecendo ali, “de verdade”, a sua volta?
A tecnologia afasta porque, aparentemente, o que está dentro de sua tela é muito mais interessante e divertido que o mundo off-line.
Com isso, pais se afastam de seus filhos, companheiros tem mais conversas pelo Whatsapp que ao vivo e a graça de se conectar com os nossos vai ficando cada vez menor.
O Brasil superou a marca de um smartphone por habitante e hoje conta com 220 milhões de celulares inteligentes ativos, de acordo com a 29ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP)
Atualmente, temos no Brasil mais pessoas com smartphone do que com acesso a água potável.
E, descobriu-se também que mais da metade da população brasileira (52%) não consegue ficar sem usar o celular durante um dia inteiro. Os dados são de uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE).
Você consegue mensurar o quanto isso impacta as relações interpessoais? O quanto estar conectado ao seu telefone, te afasta das pessoas do “mundo real?”
Se você não faz parte dessas estatísticas, que ótimo! Manter-se atento a quantidade de tempo usada nos smarphones é muito importante, fundamental.
Que tal dicas práticas para se conectar na medida?!
*Procure estabelecer um limite de uso diário e o respeite. Existem diversos aplicativos que podem te ajudar com isso, bloqueando as redes e as notificações, caso você exceda o limite de uso diário.
*Quando sair, mantenha o celular no modo silencioso e não o pegue a menos que seja, de fato, urgente.
*Proponha atividades em família desconectados: jogos de cartas, tabuleiro, uma leitura coletiva.
*Respeite os horários de refeição, use este momento para ter bons diálogos com as pessoas da mesa.
*Evite o uso de telas na hora de dormir. Luzes brancas inibem a produção de melatonina, prejudicando, consideravelmente, a qualidade do sono.
*Não tenha tanta pressa. O e-mail não fugirá de sua caixa de entrada, a notificação não sairá de seu Facebook, a menção no twitter não desaparecerá.
*Faça o exercício de sair de casa sem o celular, se possível.
*Procure prestar atenção ao que está fora de sua tela: uma paisagem, um som ambiente, crianças brincando, um cachorrinho correndo, enfim.
*Existe vida off-line, fora dos registros documentais e da selfie.
Conta pra gente, estar conectado te aproxima ou te desconecta?