Compulsões. Você se identifica com algo? | Instituto Psique - Instituto de Psicologia e Psicanálise

Compulsões. Você se identifica com algo?

Compulsões. Você se identifica com algo?

Compulsões. Você se identifica com algo?

“Será que tranquei mesmo a porta ao sair? Preciso voltar para conferir.”

“Que ambiente sujo, preciso lavar minhas mãos imediatamente!”

“Amanhã preciso ir ao banco e ao mercado, então, o ideal é sair do trabalho, ir primeiro ao mercado pela rua tal e voltar pela rua tal para passar no banco. Ou será que o melhor seria ir ao banco primeiro e, só então, passar no mercado? Devo fazer o caminho com mais pessoas ou o que tem menos fluxo de gente?”

Se identificou com algum desses comportamentos? Se viu em uma ou mais de uma das situações acima? Então, venha entender mais sobre as compulsões!

Classificadas como o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente na população mundial (dados disponibilizados pela OMS em 2017), as compulsões são hábitos vorazes e repetitivos, que causam constrangimento, são inconvenientes e podem trazer grandes prejuízos.

Quem desenvolve comportamentos compulsivos, geralmente, o faz inconscientemente, como forma de obter prazer ou aliviar algum desconforto. A sensação de bem-estar obtida inicialmente, alivia a angústia ou a ansiedade e reforça para a pessoa a ideia de que repetir aquele comportamento, é garantir sua satisfação momentânea. Com isso, a compulsão ganha força e espaço no cotidiano do indivíduo.

A grande maioria das pessoas imagina que a compulsão está apenas associada ao uso de drogas, como o álcool, a nicotina, a maconha ou a cocaína, por exemplo.

É fato que dependentes químicos manifestam esse tipo de comportamento, mas a compulsão não está exclusivamente relacionada ao uso de substâncias.

Recentemente se conseguiu demonstrar que não são apenas as substâncias químicas que atuam nos circuitos cerebrais da recompensa, como a dopamina, por exemplo.

Compras, jogos, sexo, comida ou mesmo o uso exagerado do computador representam comportamentos capazes de agir sobre esses circuitos.

 

Vamos falar sobre algumas compulsões físicas?!

*Lavar as mãos repetidas vezes, na busca de sentir-se limpo, organizar tudo o tempo todo, alinhar objetos ou evitar tocar superfícies vistas como sujas;

*Verificar repetidamente se luzes estão apagadas, portas estão trancadas, gás está fechado;

* Comprar muito, coisas das quais você não precisa, em lojas ou pela internet;

*Usar excessivamente o smartphone ou computador, deixando de lado as atividades e pessoas no mundo “off-line”;

*Trabalhar, exaustivamente, se cobrar 24h por dia com relação ao seu desempenho profissional, se esquecendo dos outros campos de sua vida, como sua família e você mesmo;

*Jogar, em todo e qualquer tempinho livre, gastar dinheiro real com jogos virtuais ou físicos (como jogos de carta, por exemplo);

*“Descontar na comida”, comendo muito quando se está ansioso ou não comendo nada, a perda desse equilíbrio é sinal de alerta;

*Fazer atividades físicas de forma indiscriminada, a ponto de ferir o próprio corpo, atingindo níveis prejudiciais de exaustão;

*Se machucar, beliscar, arranhar, cortar, arrancar cabelos ou roer as unhas;

*O consumo de álcool e drogas;

*Repetições variadas: tocar, olhar fixamente, bater de leve, raspar, estalar os dedos ou as articulações, sentar e levantar, sacudir as pernas, fazer gestos (como, por exemplo, o sinal da cruz).

Essas compulsões, são visíveis no dia a dia, mas além delas, é importante falarmos sobre as compulsões mentais:

*Contar os passos ou degraus;

*Repetir frases ou palavras mentalmente;

*Repensar as rotas e caminhos que fará;

*Fazer uma lista imaginária de afazeres e ficar pensando isso até concluí-la;

*Repassar argumentos mentalmente, inclusive para situações que sequer chegaram a acontecer;

*“Remoer” insistentemente acontecimentos dolorosos.

De certa forma, o mundo moderno empurra as pessoas para os comportamentos compulsivos. Propagandas, mídias sociais e pessoas com a vida perfeita dos sonhos, as cores das lojas, a facilidade em pagar parcelado, o acesso fácil a substâncias “perigosas” lícitas e ilícitas, enfim, há muito estímulo para a compulsão.

 

Mas, como diferenciar um comportamento saudável de um comportamento compulsivo?

Todos nós temos, de certa forma, alguns hábitos ou manias que, num primeiro momento, não são caracterizados como compulsão porque não são comportamentos nocivos, que geram desconforto.

As pessoas compulsivas não conseguem controlar sua vontade e são impulsivas, elas sentem alívio imediato no momento em que cedem à compulsão, também se sentem culpadas ou envergonhadas após um episódio desses.

É um ciclo bastante exaustivo.

 

Como podemos cuidar disso?

O ser humano é bastante singular e, por isso, cada pessoa funciona a sua maneira e tempo.

Existem diversas formas de redirecionar o foco e canalizar a compulsão para algo saudável.

Algumas pessoas leem, outras meditam ou fazem yoga, algumas pessoas ajudam outras pessoas, tem gente que se sente melhor praticando esportes, há quem descubra nesse processo um novo prazer como cozinhar, caminhar pelas manhãs ou pedalar junto ao por do sol, tem gente que aprende um novo instrumento ou retoma algum projeto parado. Movimento atrai movimento.

É importante descobrir o que, em você, surte mais efeitos positivos.

 

Foque no autoconhecimento e tenha auto percepção

Se atente qual o gatilho emocional que dispara esse comportamento. Identifique se a compulsão é uma forma de se sentir seguro ou aceito. Tente perceber se é um comportamento punitivo ou gerado pela culpa.

 

Identifique tudo o que tem valor para você

Estar com os amigos, ter liberdade, sair de casa, viajar e estar off-line, ficar com sua família, os estudos ou a prática de um esporte, por exemplo. Procure incluir essas atividades no dia a dia, de forma que você possa se sentir completo, feliz e grato pelo que se tem.

 

Cuide das suas emoções

Independente de qual seja a compulsão ou o comportamento massacrante que gera desconforto, é fundamental que se procure atendimento terapêutico.

É através da escuta qualificada e do direcionamento do psicólogo, que a pessoa encontrará meios para compreender, frear e reparar os comportamentos compulsivos.

 

O Instituto Psique está sempre de portas e braços abertos para você! <3

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